[...]

'Clara a abraçou forte.Era exatamente isso que ela sentia, medo.Podia ver o monstro e sua nova e aterrorisante cabeça.Talvez o medo seja indispensável agora, talvez eu precise mesmo dele.O medo é de longe negro e frio. É multiculorido. Está entre frestas,submerso, escondido e velado. Fica adormecido aqui dentro e por vezes acorda, tomando-nos inteiros com seu despertar quase sempre algoz e silencioso. Assim mesmo, o medo impulsiona. Nos inspira a resposta rápida, ao movimento ágil ou , contrariamente, a total paralisação dos sentidos.Só dos sentidos.Os sentimentos não.Estes se misturam, formam amendrotadoras novas formas e cada hora parece fazer-se em nós as coisas mais impossíveis de se fazer.O medo é o espaço de tempo onde tudo parece não fazer sentido algum e assim mesmo ter o sentido exato.O de estar vivo.'

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