Coeur

Todos os dias meu peito me fisga a atenção.Uma pontada aguda, dessas que fazem contorcer os sentidos, que forçam os olhos a ficarem apertados, que comprimem a mão contra o centro, entre os seios.Naquele instante, na dorzinha miúda e fugaz, recordo: ainda vive.E é tão bonito...ora forte, ora fraco,ora forte, ora frágil.Pulsa incansável,de contar pendular o tempo que se ama, os passos que se anda, os danos, os anos...Sempre ali, dócil, saudoso, servil. O coração é o benfazejo guardado dentro, é o intermitente despertar, é a única parte de nós que ecoa, canta, que é melodia de se ouvir no silêncio.